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10/09/2015

         

 
 


 

Porto Alegre, 10 de setembro de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.103

 

  China abre mercado aos lácteos brasileiros

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, anunciou ontem que a China abriu, pela primeira vez, mercado para a importação de produtos lácteos brasileiros. "Depois de propormos uma remodelagem do nosso certificado e fazermos algumas alterações, tivemos essa ótima notícia por parte da China", disse a ministra, destacando que a negociação se prolongava desde 1996. A partir de agora, as indústrias interessadas em exportar leite em pó e outros derivados ao país asiático já podem pedir habilitação. Kátia informou que irá à China em outubro para chancelar a troca comercial. 

A China é o maior comprador de lácteos do mundo, com importações de 6,4 bilhões de dólares, equivalentes a 14% dos 47 bilhões de dólares comercializados no ano passado. Segundo o Ministério da Agricultura (Mapa), os embarques de lácteos para a China poderão representar incremento de 45 milhões de dó- lares ao ano na pauta brasileira. Em 2014, o Brasil exportou 345 milhões de dólares, ou 83 mil toneladas em derivados do leite, sendo que o leite em pó corresponde a 60% dos produtos enviados ao exterior. Os embarques tiveram como principais destinos a Venezuela, Argélia, Arábia Saudita, Angola e Egito. O setor lácteo gaúcho comemorou o anúncio. 

"Abre melhores condições para expansão da produção", avalia o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, sobre a possibilidade de exportar para a China. Ele destaca que esse era um pleito antigo do setor, importante para manter a competitividade com outros estados. "A China tem boas intenções e potencial de compra. É uma excelente notícia", comemora o presidente do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), Gilberto Piccinini. O dirigente considera que há oportunidade de exportar, também, soro em pó. Com 4,8 bilhões de litros de leite ao ano, o Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor do país, responsável por 13% da produção nacional, de 36 bilhões de litros.

Há dois meses, o governo anunciou que a lista de laticínios habilitados a exportar para a Rússia foi ampliada com mais 13 empresas, chegando a 26. O país euroasiático é o segundo maior importador do mundo. Em 2014, o mercado russo fez compras equivalentes a 3,4 bilhões de dólares ou 7% de tudo que foi comercializado em lácteos. "Abrimos os dois maiores mercados mundiais de produtos lácteos", ressaltou a secretária de Relações Internacionais do Mapa, Tatiana Palermo. Das 13 novas plantas habilitadas para a Rússia, três são gaúchas: CCGL, de Cruz Alta, Cosuel, de Arroio do Meio, e Lactalis, de Teutônia. O setor acredita que todas têm condições de serem habilitadas para exportar à China. As liberações para a Rússia resultaram de visita da ministra Kátia Abreu a Moscou, em julho. No próximo fim de semana, a titular da pasta retorna àquele país em missão oficial do vice-presidente da República, Michel Temer. (Correio do Povo)   
 
 
 
Agropecuária salva PIB de recuo maior

Seguindo o ritmo de recessão da economia nacional, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul caiu 0,9% no primeiro semestre. Mais uma vez, coube à agropecuária ser responsável por evitar queda maior. Só esse setor registrou alta de 9,7% no acumulado do ano. Porém, o maior crescimento ocorreu no segundo trimestre de 2015, com 15,6%, conforme os dados divulgados ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). 

A "alavanca" foi o aumento da produção de soja que ficou em 20,4%, ocasionado pela ampliação da área (5,6%) e pelo crescimento da produtividade (14%). Como no segundo semestre a agropecuária (baseada na safra) não irá impactar no PIB, as previsões são de queda mais acentuada. Segundo o presidente da FEE, Igor Morais, a economia do Estado vive um momento de recessão. Dentro desse panorama, provavelmente o PIB gaúcho fechará o ano negativo, porém com desempenho melhor que o nacional, que é projetado em queda de 2%. 

"O RS é uma fotografia 3x4 do Brasil. Olhando no agregado (todos os setores) a economia está em recessão. O único setor que conseguiu sair desse cenário de crise foi a agropecuária. E no segundo semestre, não teremos esse ponto positivo", exemplificou. "Sem a agropecuária, no segundo semestre a indústria e os serviços deverão impulsionar a economia gaúcha", avaliou. Para Morais, o pior momento da crise econômica nacional já passou. O resultado do segundo trimestre do ano mostrou ainda queda mais acentuada da indústria, que recuou 9,1%. 

No comportamento desse segmento, a expectativa é de reversão apenas com a retomada do crescimento da economia nacional, analisa o coordenador do núcleo de contas regionais da FEE, Roberto Rocha. Outro fator que pode dar impulso é a alta do câmbio, mas neste caso só nos setores exportadores. A recessão da indústria também provocou redução de 4,8% nos impostos. O segmento de serviços teve queda de 1,2%. O levantamento da FEE apontou ainda alguns comportamentos neste primeiro semestre. A indústria de transformação foi prejudicada principalmente pela redução de 30,2% na produção de veículos automotores. (Correio do Povo)

 
 
 
Créditos de ICMS 

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu repercussão geral a recurso que discute a incidência de PIS e Cofins sobre créditos fiscais presumidos concedidos pelos Estados e Distrito Federal. No recurso, de relatoria do ministro Marco Aurélio, a União questiona decisão da Justiça Federal segundo a qual créditos presumidos do ICMS não constituem receita ou faturamento das empresas, não podendo assim ser alvo da tributação. Segundo o entendimento adotado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, os créditos de ICMS constituem renúncia fiscal, concedida com o fim de incentivar determinada atividade econômica de interesse da sociedade. A União alega no recurso que a base de cálculo do PIS/Cofins é constituída pela totalidade das receitas auferidas pelos contribuintes, o que inclui valores concernentes aos créditos presumidos de ICMS. "É de se reconhecer que o tema reclama o crivo do Supremo presentes diversas leis estaduais e distritais por meio das quais foram concedidos benefícios fiscais dessa natureza a ensejarem questionamentos acerca da base de incidência das mencionadas contribuições da União", afirmou o relator do recurso. Sua manifestação foi acompanhada, por unanimidade, em deliberação no Plenário Virtual da Corte. (Valor Econômico)

Preços pagos pelas principais indústrias de laticínios europeias - julho de 2015

O cálculo preliminar do preço médio pago em julho pelas principais indústrias europeias foi de € 30,84/100 kg, de leite padrão. Aumento de € 0,20/100 kg em relação ao mês anterior. Comparado com julho de 2014 a redução foi de € 7,93/100kg, ou 20,5%.

Pela primeira vez, desde junho de 2014, a média dos preços do leite subiu, quando comparada com o mês anterior. Esse aumento foi inteiramente obtido pela alta nos preços de leite na França e reajustes sazonais (Dairy Crest). Com poucas exceções, todas as indústrias de laticínios reduziram o preço do leite em julho.

Depois das pioneiras tradicionais, a finlandesa Hameenlinnan Osuusmeijeri e a italiana Granarolo, destacam-se os altos reajustes da Danone (€ 37,76) e da britânica Dairy Crest (€35,26). Ambos subiram razoavelmente em relação a junho, embora a Dairy Crest tenha sido devido ao fim de ajustes sazonais. A Danone, no então, reajustou os preços de julho em € 4,7 por 100 quilos. O contraste com outros cálculos de preços é grande. Os outros são quase sempre menores do que € 30, ou às vezes menos de € 25 por 100 quilos de leite (DOC Cheese e Glanbia).
 
Ainda assim, para agosto alguns cortes de preços foram anunciados. Arla Foods e FrieslandCampina mantiveram para setembro, os mesmos níveis de agosto.

A Fonterra reduziu a previsão do preço do leite para a temporada iniciada em junho de NZ$ 5,25 para NZ$ 4,30/kgMS. Isto inclui os dividendos projetados em NZ$ 0,45. Este valor constitui o menor nível de preço pago pela Fonterra desde a temporada 2005/06 (NZ$ 4,10).

Nos Estados Unidos, expressos em dólares, o preço do leite Classe III caiu em julho de US$ 16,73/cwt para US$ 16,33/cwt. Os preços do leite nos Estados Unidos neste ano estão 40% menores do que os valores recordes do ano passado. (LTO Nederland/Tradução Livre: Terra Viva)

 

No Radar
O governo estadual abriu chamada pública de R$ 10 milhões para aquisição de alimentos para abastecer unidades do sistema prisional gaúcho. Podem participar cooperativas e empreendedores familiares rurais enquadrados no Pronaf. Entre os itens a serem adquiridos estão hortigranjeiros, carnes, ovos, leite, cereais, massas e óleo de soja. (Zero Hora)
 
 

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