22/06/2015
Uma cooperativa de Nova Petrópolis, na serra gaúcha, deixa para trás gigantes como Nestlé, Danone e JBS (Vigor). Líder de mercado nos segmentos de produtos fermentados e bebidas lácteas, a Piá faturou R$ 663 milhões em 2014 e projeta crescer ao menos 15% neste ano marcado pela crise. É um desafio, admite o presidente da cooperativa, Gilberto Kny. Pondera que não se trata de ignorar o cenário difícil, mas de não se retrair frente ao quadro:
– Em época de fragilização da economia, em vez de recuar, precisamos progredir ainda com mais força, criando oportunidades.
LOGÍSTICA COMPLEXA
Uma das estratégias da Piá para crescer é aumentar sua presença em São Paulo. A marca estreou nesse mercado no ano passado e quer mais. Como vende produtos que exigem refrigeração, tem uma dificuldade logística extra.
– Da produção até o cliente, não pode passar mais de cinco dias, são produtos com vida útil de 45 a 70 dias. Nos últimos anos, investimos muito em câmaras frias – relata Kny.
TECNOLOGIA À MESA
Uma das apostas recentes da Piá são produtos sem lactose, para pessoas com intolerância. Kny explica que nada é retirado do leite. A tecnologia permite fazer, na indústria, o que um organismo saudável faria: separar a glicose da galactose e mantê-las, desdobradas, no produto.
– Isso dá um novo alento ao consumidor de laticínios. Vamos oferecer uma linha completa, de leite pasteurizado, iogurte e até nata até o final do ano.
A OUTRA CRISE
A projeção de forte crescimento é um desafio extra para quem tem outra crise para administrar, além da econômica. Há mais de um ano marcado por operações que expuseram fraudes no mercado de lácteos, garantir qualidade é crucial para manter o mercado. Segundo Kny, ajuda o fato de os produtores associados serem os donos da Piá.
– Fazemos 100 mil exames de laboratório por mês antes de todas as atividades industriais.
nOvidades de rotina
O segmento de iogurtes e bebidas lácteas é conhecido por ser o que mais lança produtos no mundo, observa Tiago Haugg, gerente de marketing da Piá. No ano passado, foram 30 produtos novos. Neste, serão mais 22.
– Fazemos gestão do mix. Às vezes substituímos produtos, mas o consumidor espera novidades, e temos de atender a essa expectativa – explica Tiago.