Um novo planejamento para o setor de defesa agropecuária deverá ajudar o agronegócio brasileiro a ampliar suas exportações, avaliou nesta segunda-feira a nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em seu discurso de posse. Nos últimos anos, a escassez de recursos tem dificultado o trabalho dos fiscais agropecuários, responsáveis por garantir a qualidade de produtos brasileiros fundamentais para o resultado da balança comercial brasileira, especialmente carnes e grãos. "A efetivação do planejamento de defesa agropecuária vai consolidar nossa participação nos mercados nos quais já estamos e também facilitar o acesso a outros mercados. Ampliar o comércio exterior vai ajudar o Brasil a crescer", disse Kátia, ao receber o cargo de seu antecessor, Neri Geller.
O Brasil fechou 2014 com o primeiro déficit na balança comercial desde 2000. A ministra disse que a meta é garantir padronização, transparência e segurança no sistema, contando com a ajuda da iniciativa privada e da academia. Nos últimos anos, não foram poucos os casos de produtos brasileiros que sofreram embargos em países compradores sob alegação de problemas sanitários. Em 2013, por exemplo, o presidente da entidade representativa das indústrias exportadoras de aves, o ex-ministro da Agricultura Francisco Turra, reclamava das condições ruins do sistema de fiscalização sanitária no país. "A gente vê que lamentavelmente o orçamento federal cresce em todas as direções e menos na defesa agropecuária", disse ele à Reuters, na época. No ano passado, contudo, o Brasil conseguiu reduzir as barreiras da Rússia à carne brasileira, após longo período de restrições. No seu discurso de posse, Kátia Abreu não comentou sobre recursos financeiros que serão destinados à defesa agropecuária. Ela acrescentou que uma de suas metas será aumentar a classe média rural brasileira, retirando 800 mil produtores rurais das classes D e E. (Reuters Brasil)